Um campeonato para esquecer: assim ficará lembrado o Brasileirão 2013 na
memória dos torcedores de Corinthians e Náutico. Rebaixado com seis
rodadas de antecedência, o Timbu ao menos conseguiu alegrar sua torcida
na despedida da Série A: venceu o Timão por 1 a 0 na Arena Pernambuco,
na noite deste sábado, evitando assim o recorde de pior campanha da
história dos pontos corridos. De quebra, estragou o adeus ao lateral
Alessandro e ao técnico Tite, que se despediram do clube do Parque São
Jorge com derrota e sem fazer um gol no lanterna (no primeiro turno, deu
empate em 0 a 0, no Pacaembu).
O gol de Derley no início do segundo tempo levou o Náutico aos 20
pontos. Caso fosse derrotado, o time pernambucano superaria a marca do
América-RN, que detém o pior retrospecto da história do Campeonato
Brasileiro no formato atual. A última vitória alvirrubra havia sido no
dia 1° de outubro, 2 a 1 sobre a Ponte Preta, pela 25ª rodada. Para o
Timão, o jogo representou o fim de uma temporada decepcionante, na qual
os títulos do Paulistão e da Recopa ficaram como prêmios de consolação.
Com 50 pontos ganhos em 38 jogos, o Corinthians termina o ano com uma
campanha longe do esperado pela diretoria e pela torcida, especialmente
por conta do elenco milionário montado desde janeiro. O Timão fez apenas
27 gols no Brasileiro. Só o Náutico fez menos: 22. Após quatro anos
seguidos, o Timão fica fora da Libertadores. E o Timbu volta à Série B
após duas temporadas na elite.
Timão domina, mas sem pontaria
Os jogadores do Corinthians haviam prometido todo o empenho para vencer
o último jogo de 2013 como homenagem a Tite e Alessandro, ovacionados
pelos poucos torcedores alvinegros presentes à Arena Pernambuco. Vontade
não faltou. O Timão dominou o primeiro tempo, foi mais criativo e levou
bem mais perigo. A pontaria, aspecto mais falho em toda a temporada,
novamente não se fez presente.
Acuado, o Náutico – que perdeu Tiago Real, lesionado, logo aos quatro
minutos – parecia jogar por uma bola. Com espaço para criar, o
Corinthians apostava na velocidade de Rodriguinho e Romarinho, abertos
pelas pontas, para tentar abrir o placar. Único mais avançado no setor
ofensivo, Alexandre Pato sofria para se desvencilhar da marcação.
Escapou apenas uma vez, em cabeçada que mandou à esquerda do gol.
O goleiro Danilo Fernandes era um espectador de luxo. Assistia a Maikon
Leite correr de um lado para o outro, e vez ou outra arriscar de longe.
O único susto, já a poucos minutos do fim, foi em falha do zagueiro
Felipe: o atacante do Timbu roubou a bola e deixou para Derley chutar à
direita do gol corintiano. Mesmo com ritmos diferentes, os piores
ataques do Brasileirão seguiam a lógica: placar zerado.
Timbu estraga festa de despedida
Um vacilo da zaga do Corinthians. Era isso que o Náutico precisava para
dar uma alegria aos seus torcedores na despedida da Série A. E ele
surgiu aos sete minutos da etapa complementar. Em cruzamento de Morales
pela direita, Derley apareceu para empurrar para a rede. O pior ataque
da competição vazou a melhor defesa.
A ansiedade do técnico Tite parecia aumentar a cada segundo. Inquieto, o
comandante alvinegro se alternava entre momentos no banco de reservas e
à beira do campo, aos gritos. Dentro das quatro linhas, o Timão sentiu a
desvantagem. Ibson entrou no lugar de Ralf para tornar a equipe mais
ofensiva, mas os erros de passe e nas finalizações persistiam.
A expulsão do goleiro Ricardo Berna aos 25 minutos do segundo tempo
animou a torcida do Corinthians. Após demorar para bater um tiro de
meta, o jogador do Náutico recebeu cartão amarelo, bateu palmas para o
árbitro e acabou recebendo o vermelho.
Enquanto Dadá entrou para segurar o placar para o Timbu, Diego Macedo
foi a tentativa do Timão para ganhar mais velocidade. Até o chinês Zizao
ganhou uma chance, no lugar de Edenílson. Nada adiantou. A freguesia do
Corinthians para o Náutico se mantém: nos últimos dez jogos, seis
vitórias dos pernambucanos, três empates e apenas um triunfo alvinegro.
por
Rodrigo Faber