O torcedor brasileiro espera não só o título na Copa do Mundo, mas
também boas atuações em casa. Mas em um torneio de tiro curto, às vezes é
preciso encontrar o
Pouco depois de ouvir parte da torcida no estádio do São Paulo gritar o
nome de Luis Fabiano, o camisa 9 da Seleção decidiu e comemorou pedindo
gritos da arquibancada. Um gol de raça, caído, assim como na última vez
que havia marcado com a camisa do Brasil, na final da Copa das
Confederações contra a Espanha, no ano passado.
O amistoso, último antes da estreia na Copa, teve muitos dos
ingredientes que a equipe de Luiz Felipe Scolari deve encontrar na
competição. Estádio lotado (foram 67.042 presentes), marcação dura sobre
sua principal estrela e pressão da torcida diante da dificuldade em
vencer o esquema fechado do rival. Felipão orientou, esbravejou,
reclamou e conseguiu a vitória para fechar o período de preparação.
Os jogadores da seleção brasileira ganharam folga e já estão liberados.
A reapresentação será na manhã de domingo, na Granja Comary. A estreia
na Copa do Mundo está marcada para a próxima quinta-feira, contra a
Croácia, às 17h (de Brasília), na Arena Corinthians, também em São
Paulo.
Jogo amarrado e vaias
Antes do jogo, Felipão demonstrou preocupação com o excesso de força da
marcação da Sérvia a menos de uma semana da estreia na Copa, e Tadic
levou exatos dois segundos para justificar o alerta com uma falta em
Neymar. O camisa 10 voltou a sofrer com um pontapé, de Petrovic, e fez
um gesto para o rival, como quem pergunta: "Tá maluco?".
Com um time alto, com média de 1,83m, a Sérvia tinha a tática clara de
não deixar o Brasil jogar. Um bom teste de paciência para o que a
Seleção pode encontrar na primeira fase. Amarrada, a Seleção tentou
rodar mais a bola e buscar as pontas para quebrar o esquema de jogo
sérvio. Felipão, apreensivo, gritava à beira do campo, pedindo
velocidade. Sem espaço, Daniel Alves e Fred arriscaram de fora da área,
sem sucesso.
A marcação das bolas aéreas, uma das prioridades do treinador nos
treinos da semana na Granja Comary, foi testada, e Mitrovic perdeu
oportunidade livre. Kolarov também teve chance de marcar, mas Julio
César defendeu. Pouco depois, o goleiro se atrapalhou na saída de bola e
quase entregou o ouro . A torcida, que mostrou paciência e apoiou durante boa parte do primeiro tempo, vaiou o time na saída para o intervalo.
Torcida pede Luis Fabiano, e Fred decide
A Seleção voltou com Willian no lugar de Oscar, que teve outra atuação
apagada e foi novamente substituído, assim como contra o Panamá. No
campo pesado, Neymar se desequilibrou em uma disputa de bola e levou a
mão ao joelho. Apreensão diante de tantas estrelas se lesionando às
vésperas do Mundial, mas não passou de um susto.
Disposição não faltava, só que o Brasil errava muito, tanto na defesa
quanto no ataque. Até Neymar reclamou de falta de opções para construir
as jogadas. Parte da torcida, em casa no Morumbi, gritou pelo nome de
Luis Fabiano, atacante do São Paulo. A resposta veio imediata, de quem
deve ter se sentido mordido. Thiago Silva encontrou Fred na área, o
atacante ganhou de Ivanovic e, mesmo caído, tocou para a rede: 1 a 0. A
comemoração foi com a mão no ouvido em direção à arquibancada.
Empolgada, a Seleção cresceu. Passou a buscar espaços nas costas dos
laterais sérvios. Só que também deixou espaços na defesa, e Jojic
acertou a trave em cabeçada. Logo depois, Markovic obrigou Julio César a
boa defesa. Hulk até ampliou após passe açucarado de Neymar, mas a
arbitragem marcou impedimento, de forma equivocada, impedindo um placar
maior em São Paulo. O que seria até um exagero diante do futebol
apresentado. Ainda assim, a Seleção saiu de campo aplaudida a caminho da
estreia na Copa.
por
GloboEsporte.com