Estava tudo correndo a favor do Real Madrid. Vitória por 3 a 0, vaga na
semifinal praticamente assegurada, mas um instante provocou a mudança de
humor dos merengues nas arquibancadas do Santiago Bernabéu. Cristiano Ronaldo,
autor do terceiro gol nesta quarta-feira, sentou-se no gramado, recebeu
atendimento médico e precisou ser substituído com dores no joelho
esquerdo - momento raro em sua carreira. O susto com o seu maior craque
contrastou com a tranquilidade da partida diante do antigo algoz
Borussia Dortmund.
A vantagem é tamanha que nem mesmo a repetição
do 4 a 1 da semifinal de 2013 para os alemães seria necessária para
mudar o cenário do confronto. Qualquer derrota por dois gols de
diferença - ou três, desde que marque ao menos um gol - classificará o
Real de Gareth Bale
e Isco, os outros destaques da noite, para a quarta semifinal seguida. A
partida acontecerá na próxima terça-feira, dia 8, às 15h45m (de
Brasília), no Signal Iduna Park.
Cristiano Ronaldo ao menos pôde comemorar uma importante marca. Se não conseguiu alcançar ainda o brasileiro Ronaldo Fenômeno e seus 420 gols
(soma agora 419), ele se igualou ao argentino Lionel Messi e ao
ítalo-brasileiro José João Altafini, o Mazzola. Todos têm 14 gols numa
só edição da Liga dos Campeões - embora o português tenha ao menos mais
uma oportunidade de ampliar o recorde. O camisa 7 merengue ainda
estendeu sua sequência de jogos marcando para onze - dez pelo Real e um
pela seleção portuguesa.
Cristiano atuou durante 80 minutos e pareceu exausto ao ser
substituído pelo brasileiro Casemiro - o lateral-esquerdo Marcelo, com
lesão muscular, não atuou. Os jornais "AS" e "Marca" afirmam que o
problema não é novidade: para ambos, ele já vinha atuando com dores sem
ganhar um descanso diante da necessidade de o Real se manter ativo
também na briga pelo título do Espanhol. Na última sexta, quando a notícia foi divulgada, o técnico Carlo Ancelotti afirmou que se tratava apenas de um "incômodo".
Por
ora, até exames mais detalhados, não há motivos para pensar em semanas
de baixa. O diretor Emilio Butragueño, por exemplo, falou em uma mexida
por "precaução". Cogita-se, inclusive, que Cristiano Ronaldo esteja em
campo no sábado, quando o Real Madrid visitará o Real Sociedad, em
Anoeta, pela 32ª rodada do Espanhol.
Real engole alemães
Uma gastroenterite tirou o argentino Di María momentos antes do jogo. De
fato um desfalque importante, ainda mais levado em conta o desempenho
recente do meia do Real Madrid. Mas nada comparado ao que sofria o
Borussia Dortmund do outro lado. Em relação ao time que eliminou os
merengues na semifinal da última temporada, apenas Weidenfeller, Hummels
e Reus estavam ali - Lewandowski, então herói, cumpria suspensão.
Totalmente
desfigurados, os alemães foram presa fácil para um Real Madrid
talentoso - e muito aguerrido. O time de Carlo Ancelotti mordia na
frente e basicamente não deixava os aurinegros respirarem, como se o
feitiço de 2013 estivesse agora contra o feiticeiro. Foi assim que logo o
placar foi inaugurado: aos três, Benzema caiu pela direita e deixou
para Carvajal. O passe saiu na medida para Bale se antecipar a Sokratis e
tocar na saída de Weidenfeller.
Só dava Real. O segundo nasceu
em outra pressão avançada: Mkhitaryan vacilou, Isco aproveitou. Da
entrada da área, o substituto de Di María acertou um chute colocado, no
canto direito de Weidenfeller. Bale, aos 30, por muito pouco não
transformou o placar em goleada ainda no primeiro tempo - o goleiro da
seleção alemã espalmou um chutaço de falta. Reação dos visitantes?
Apenas nos minutos finais, com Casillas ainda assim trabalhando pouco.
Festa e preocupação
A
chuva trouxe um Borussia mais perigoso no segundo tempo. Marco Reus era
quem liderava os alemães no contra-ataque, deixando Pepe e Sergio Ramos
em apuros. Pena - para ele - que seus companheiros não estavam no mesmo
nível: Aubameyang e Mkhitaryan desperdiçaram chances preciosas.
Cristiano Ronaldo, é claro, não perdoaria. Aos 11, Modric roubou a bola e
acionou o português, que tirou Weidenfeller com um rápido drible e
tocou para balançar as redes.
A vitória era mais que
confortável, o clima era de festa pela proximidade de mais uma
semifinal. Benzema parou em Weidenfeller, Bale concluiu para fora depois
de linda arrancada - nada disso tirou um pingo de alegria dos
merengues. O problema foi quando o camisa 7 desabou em campo, esticando
as pernas e pedindo atendimento médico. Não era cansaço. Cristiano
Ronaldo teve de ser substituído a dez minutos do fim. Apesar de deixar o
gramado andando, tornou-se uma preocupação para a sequência da
temporada. Menos mal que a semifinal já estava muito bem encaminhada.
Por GloboEsporte.com - Madri