Arsène Wenger dificilmente esquecerá o dia em que completou mil jogos no
comando do Arsenal - muito mais por trauma do que por glória. Na
partida histórica para sua carreira, neste sábado, no Stamford Bridge, o
técnico francês viu sua equipe sofrer nas mãos de um Chelsea muito
eficiente, comandado por um de seus grandes rivais na carreira: José
Mourinho, que não poupou provocações antes do jogo.
Em campo, um baile e a maior goleada dos Blues sobre os Gunners da
história: 6 a 0, com gols de Eto'o, Schürrle, Hazard e Oscar (duas
vezes) e Salah.
Apesar do cabisbaixo Wenger ter sido o protagonista no Stamford
Bridge, o árbitro Andre Marriner também conseguiu chamar atenção. Antes
do terceiro gol dos Blues, o juiz não enxergou pênalti claro de
Oxlade-Chamberlain ao evitar um gol usando a mão, precisando ser
alertado pelos assistentes. Depois, expulsou Gibbs ao confundi-lo com o
autor da penalidade máxima, que alertou o árbitro, mas foi ignorado e
continuou em campo.
Com a vitória, o Chelsea chega a 69 pontos
e abre sete de diferença na liderança do Campeonato Inglês - o
vice-líder Liverpool ainda entra em campo neste sábado. O Arsenal
estaciona nos 62 e pode perder a terceira colocação para o Manchester
City, que tem dois jogos atrasados a realizar.
Começo arrasador abre caminho para a vitória
Com
ótimo retrospecto no Stamford Bridge, o Chelsea não abriu brecha para
que o jogo histórico para Wenger se transformasse em festa. Eto'o quase
abriu o placar logo aos três minutos, sendo parado em defesa de
Szczesny. Um minuto depois, o início do baile: Schürrle puxou
contra-ataque e tocou para o camaronês, que cortou o marcador e chutou
colocado para abrir o placar. A vantagem não cessou o começo arrasador
do Chelsea, que contou com a ajuda de um Arsenal pouco atento no meio de
campo. Aos seis, em novo contra-ataque após desarme, Schürrle optou
pela jogada individual e tocou na saída do goleiro adversário: 2 a 0.
Um fio de esperança surgiu para os visitantes quando Eto'o sentiu
lesão muscular e precisou dar lugar a Fernando Torres. Mas o volume
ofensivo dos Blues não diminuiu, até que um lance polêmico aos 14
minutos praticamente selou o destino da partida. Fernando Torres tocou
para Hazard,
que soltou uma bomba colocada. Chamberlain, sob o travessão, se jogou e
impediu que a bola entrasse usando a mão esquerda. O árbitro não viu o
pênalti e precisou ser alertado pelos assistentes. Com a penalidade
máxima assinalada, Andre Marriner se complicou ainda mais: expulsou
Gibbs ao confundi-lo com Chamberlain, que foi ignorado pelo juiz ao
assumir a autoria do pênalti em seguida. Na cobrança, Hazard bateu forte
e aumentou a diferença.
Com um homem a menos, o Arsenal pouco
fez no primeiro tempo. O Chelsea abandonou os contra-ataques e passou a
controlar a bola, gerando boas chances com jogadas pelas pontas. Antes
do fim da etapa inicial, o placar virou goleada com Oscar, aos 41. O
brasileiro recebeu cruzamento após boa jogada de Torres e tocou para o
fundo do gol.
Os Gunners tentaram chegar a um gol de honra no começo da etapa
final, trocando passes com calma. Cazorla até teve boa chance aos 14,
mas os Gunners logo voltariam a ser dominados. A superioridade numérica
dos donos da casa facilitava principalmente os chutes de fora da área,
que deram muito trabalho a Szczesny. Num deles, Oscar bateu colocado e
marcou o seu segundo na partida: 5 a 0, aos 21.
Com a torcida
do Chelsea em êxtase, Wenger de semblante fechado no banco de reservas e
José Mourinho vibrando mais do que o costume, os Blues se empolgaram e
trataram de fazer história. Salah marcou o sexto aos 25, recebendo
sozinho e tocando na saída do goleiro adversário. Os anfitriões ainda
tentaram aumentar a diferença com chutes de fora da área, sem sucesso - o
que também já não era necessário: estava concretizada a maior goleada
do Chelsea sobre o Arsenal na história.
Por GloboEsporte.com - Londres