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quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Filipinho vira a 30s do fim com onda salvadora; Medina dá show nos EUA

Um dos principais favoritos ao título da etapa de Trestles (EUA) do Circuito Mundial, a oitava de 11 paradas do Tour, Filipe Toledo nunca esteve tão perto de retomar a liderança do ranking mundial, nas mãos de Adriano de Souza. Com uma onda salvadora no fim, o quarto colocado da tabela eliminou na segunda fase (repescagem) o local Ian Crane em uma bateria emocionante. Os dois surfistas da nova geração deram um show nas manobráveis ondas pequenas e médias do pico na Califórnia e brigaram até os últimos segundos da disputa. Morando em San Clemente, na Califórnia, desde o ano passado, Filipinho tem o pico de Trestles como o seu quintal. O paulista de Ubatuba sofreu duas quedas no início, porém, se recuperou a tempo com um belo aéreo 360º, sua especialidade, transformando a parede da onda em uma rampa de decolagem. 
- Eu estava nervoso no início da bateria, caí em duas ondas e cometi alguns erros. A minha maior onda eu tive um 8, consegui boas manobras, mas, esse é o estilo brasileiro de vencer, na última onda, e eu gosto disso - disse Filipe Toledo em uma entrevista à WSL. 
O paulista é considerado um dos melhores da atualidade quando o mar não está grande e pesado. Foi assim que ele brilhou ao conquistar nesta temporada os títulos nas etapas de Gold Coast, na Austrália, e no Rio de Janeiro, sendo o único com duas vitórias na coleção em 2015. E, na própria Trestles, Toledo ganhou pela segunda vez o US Open, etapa 10.000 do QS (divisão de acesso), em maio. Caçula da elite do surfe mundial, o jovem de 20 anos soma 33.200 pontos, 1.750 a menos que Mineirinho. O Brazilian Storm tem oito representantes na Califórnia.

Atual campeão mundial, Gabriel Medina (10º) reinou nas ondas de Trestles. Com um leque de manobras de altíssimo nível, ele derrotou o catarinense Tomas Hermes na repescagem e avançou para a terceira fase, ao lado de Toledo, Wiggolly Dantas, Mineirinho e Italo Ferreira. 
- Muita diversão aqui, me senti bem na prancha, foi uma boa bateria. Espero que consiga ondas ainda melhores. Há alguns brasileiros aqui e é muito bom receber esse apoio. Minha família também está aqui, então só quero fazer meu melhor. Espero que as ondas continuem desse tamanho e eu consiga dar um grande show - contou Medina à WSL, após a vitória. 

Medina domina Tomas Hermes

Após recuperar o bom surfe que o fez escrever o seu nome na história como o primeiro brasileiro campeão mundial, Medina mostrou estar em sua melhor forma física em Trestles. Treinando há semanas no pico, o paulista de São Sebastião mostrou comprometimento em sua primeira onda.  Explorando toda a parede, até a crista, com diversas manobras, abrindo a disputa com um 7.00. Tomas Hermes errou na escolha de suas ondas no início da bateria e viu o rival deslanchar. O atual campeão mundial encontrou outra e acertou na seleção de variadas manobras com muito estilo. Ao receber um 8.50, o local de Maresias ampliou a vantagem para 15.50 e deixou o compatriota precisando de uma combinação de resultados para lhe superar. 

Substituto do australiano Matt Banting, 29º do ranking, Hermes acabou caindo ao tentar desenhar um arco, mas ainda tinha 20 minutos para melhorar os seus 3.94 pontos. Enquanto isso, Medina apostou no power surf, seguindo a linha de surfistas como Mick Fanning, mostrando tudo o que é capaz de fazer nestas condições. Parecia até que precisava se salvar com uma nota alta, porém, era Tomas que estava em combinação. Agressivo, Medina atacava as ondas com manobras fortes e, aos poucos, se isolava ainda mais na liderança. O melhor surfista da última temporada deu um baile e ainda aumentou o somatório com um 9.00, chegando a 17.50. Hermes bem que tentou, mas o melhor que conseguiu foi um 6.00, ampliando para 9.17. Nos últimos segundos, ele arriscou um aéreo, mas caiu e não ameaçou o campeão mundial, ovacionado pelo público. 

Filipe Toledo vira a 30 segundos do fim

Filipinho entrou na disputa como favorito, mesmo tendo como rival Ian Crane, local do pico e grande amigo de atletas como Kolohe Andino, uma das maiores revelações dos Estados Unidos. O americano, que vive em uma praia bem perto dali, mostrou que conhece como poucos o caminho das pedras em Trestles logo em sua primeira onda. Com um leque de manobras, Crane ganhou um 7.33 e abriu a disputa na liderança. O paulista de Ubatuba caiu na primeira onda (3.50), porém, esperou até vir a onda que queria. Em busca de 3.84 para virar o placar, ele deu um aperitivo de sua radicalidade. Encaixou manobras ousadas e de alto nível, mas acabou caindo em um aéreo 360º. Era o que o surfista precisava para melhorar a confiança e afastar a pressão. Na sequência, Filipinho mesclou aéreos com um power surf, explorando muto bem a parede da onda com velocidade e manobras de força. Com um 8.00, o filho do bicampeão brasileiro Ricardo Toledo passou à frente do placar: 15.67 a 7.33.
Mas um local nunca pode ser subestimado. Inteligente, Crane viu uma bomba no horizonte e mostrou uma rica variedade de movimentos e curvas para ganhar 9.10 e recuperar a ponta, com 16.43. Filipinho tentou responder à altura e levantou voo em um aéreo, mas falhou na aterrissagem e teve a nota prejudicada: 2.23. A cinco minutos do fim, o paulista precisava de um 8.44. Entrou em uma onda, mas, quando viu que não teria potencial, desistiu e esperou por melhores no line-up. A missão era difícil, mas não impossível para um jovem com o seu talento. Bastava acertar um aéreo matador, sua especialidade, mas a natureza não cooperava e a luta passou a ser contra o tempo. Faltava apenas dois minutos, e as ondas não eram animadoras. Na última chance, aplicou boas rasgadas e batidas, fechando com um aéreo 360º. A 30s do fim, ganhou dos juízes um 8.50 e respirou aliviado com a onda salvadora: 16.50 a 16.43. Ele estava na areia quando recebeu a nota. Beijou a prancha e olhou para o céu para festejar a vitória. 
Membro do top 5 do ranking da Liga Mundial de Surfe (WSL) desde a primeira das sete etapas disputadas até aqui nesta temporada do Circuito Mundial, o número quatro do mundo espera deixar Trestles mais vivo do que nunca luta pelo título mundial. Depois da disputa na Califórnia, vão faltar apenas três torneios: Landes, na França, entre 6 e 17 de outubro, Peniche, em Portugal, entre 20 e 31 de outubro, e Pipeline, no Havaí, de 8 a 20 de dezembro.

CONFIRA AS BATERIAS DA 2ª FASE (REPESCAGEM)

1: Filipe Toledo (BRA) 16.50 x Ian Crane (EUA) 16.43
2: Josh Kerr (AUS) 13.50 x Hiroto Ohhara (JPN) 12.77
3: Gabriel Medina (BRA) 17.50 x Tomas Hermes (BRA) 9.60
4: Nat Young (EUA) 16.60 x Aritz Aranburu (ESP) 13.66
5: Wiggolly Dantas (BRA) 16.73 x Brett Simpson (EUA) 12.60
6: Bede Durbidge (AUS) x Dusty Payne (HAV)
7: John John Florence (HAV) x Glenn Hall (IRL)
8: Matt Wilkinson (AUS) x Ricardo Christie (NZL)
9: Joel Parkinson (AUS) x C. J. Hobgood (EUA)
10: Jadson André (BRA) x Miguel Pupo (BRA)
11: Sebastian Zietz (HAV) x Michel Bourez (TAH)
12: Keanu Asing (HAV) x Adam Melling (AUS)

Por GloboEsporte.com
Trestles, EUA