Neymar atuou em todos os 17 jogos de Luiz Felipe
Scolari. Jô é o homem mais efetivo do grupo, com uma média de um gol a cada 72
minutos. Julio César foi o goleiro que mais atuou. Esses são apenas três
exemplos que vão ajudar Felipão a fechar a lista para a Copa do Mundo. E, neste
sábado, às 22h30m (de Brasília), contra Honduras, no Sun Life Stadium, em
Miami, nos Estados Unidos, essas e outras estatísticas serão fundamentais para
auxiliar o comandante na escolha dos 23 nomes que vão representar o Brasil em
2014.
Para escolher os seus homens de confiança, Felipão já
teve 17 partidas – foram 11 vitórias, duas derrotas e quatro empates. O
comandante utilizou 46 jogadores. Todos monitorados não apenas na Seleção, mas
em seus clubes. A comissão técnica do time canarinho assiste aos jogos dos
atletas e tem todas as estatísticas de desempenho das ligas da Europa. O duelo
deste sábado será transmitido pela TV Globo, Sportv e GloboEsporte.com. O site
acompanha em Tempo Real.
- O nosso grupo hoje é de 45 jogadores. Temos todos os
dados dos 45 que pré-selecionamos e acompanhamos todos os jogos. Tenho um
terceiro e até um quarto jogador para cada posição que pode ser chamado –
explicou Felipão.
E os números de desempenho dos atletas chamam a atenção
e ajudam e traçar o perfil de quem está mais perto ou mais longe do Mundial.
Neymar, por exemplo, foi o jogador que mais minutos ficou em campo com Felipão.
Foram 1.435 minutos. Em seguida, Daniel Alves, com 1.149, e David Luiz, com
1.144. É também do atacante do Barcelona o maior percentual de participação nos
gols do Brasil: 45,23% - foram dez gols e nove assistências.
Por outro lado, nomes como os dos medalhões Kaká e
Ronaldinho estão praticamente descartados. Enquanto o jogador do Milan foi
aproveitado em 106 minutos, o meia-atacante do Atlético-MG teve um pouco mais
de oportunidades. Foram 213 minutos em campo. Outros jogadores como Alexandre
Pato, por exemplo, também tiveram oportunidades, mas não foram aprovados.
No gol, os minutos em campo também apontam para quem
será chamado para a Copa do Mundo. Julio César, que já foi confirmado por
Felipão na competição em 2014, participou de 1.080 minutos. Jefferson, que está
um pouco à frente dos rivais, ficou em campo por 270 minutos. Diego Cavalieri,
que teve 180 minutos para mostrar o seu potencial, disputa o último posto com
Victor, do Atlético-MG, que será titular justamente neste sábado, diante dos
hondurenhos.
Mas ao levantar os números dos 17 jogos da segunda era
Felipão, outros dados curiosos aparecem. Titular da Copa das Confederações, o
atacante Hulk não fez nenhum jogo completo sob o comando do treinador. Também
não marcou nenhuma vez. O atacante Jô tem uma média impressionante: marca um
gol a cada 72 minutos. Em segundo, Fred balança a rede dos rivais a cada 93
minutos. Estatísticas que serão fundamentais no momento de fechar a lista.
Ainda assim, além dos números, Felipão promete levar em
conta o comportamento e fez uma revelação de qual método usa para conhecer um
pouco mais os seus comandados durante as preparações para os amistosos.
- Nós ficamos em uma mesa de um lado e eles (jogadores)
do outro. Só começamos a comer depois que os jogadores acabam. Observamos
reações, o que eles falam uns com os outros, como reagem. Observamos antes e
depois dos treinos, no vestiário. Vamos passar, no mínimo, 60 dias juntos e é
preciso ter uma cumplicidade, um entrosamento - revelou.
Victor,
Luiz Gustavo e Bernard entre os titulares
Felipão chegou a mexer na equipe na primeira atividade
antes do jogo contra Honduras. Porém, não gostou do que viu. Optou por escalar
nomes que já está acostumado. Com isso, Bernard e Luiz Gustavo foram
confirmados no time titular. Victor, que já estava garantido desde a convocação
na primeira partida, também terá a sua primeira oportunidade de começar jogando.
Além disso, o treinador teve alguns problemas físicos
para escalar o time. Perdeu Marcelo, que sofreu uma lesão no joelho e foi
cortado. Já nos Estados Unidos, perdeu Daniel Alves com dores na panturrilha
direita. O zagueiro Thiago Silva, em fase final de recondicionamento físico,
foi poupado e está fora da partida.
Com isso, Felipão vai utilizar o seguinte time no duelo
deste sábado: Victor, Maicon, David Luiz, Dante e Maxwell; Luiz Gustavo,
Paulinho e Oscar; Bernard, Neymar e Jô. Durante o treinamento da última
sexta-feira, o treinador também deixou mais ou menos claro as observações que
deverá fazer no amistoso. A tendência é que Marquinhos, Lucas Leiva, Hernanes,
Willian e Robinho sejam utilizados. Além deles, Luiz Gustavo deverá atuar
improvisado na lateral esquerda.
- Não tenho o grupo totalmente definido e não quero
definir isso agora porque eu posso ter algum problema no futuro e terei que
modificar. Pelo que eu observei na Copa das Confederações, nos amistosos, pela
forma como esses atletas jogam em seus clubes, eu vou ver o que posso
acrescentar ou não. De repente, para uma determinada partida, um atleta é
melhor do que o outro. Preciso ter todas essas opções à disposição.
Honduras quer repetir feito da Copa América de 2001
A seleção de Honduras sonha surpreender novamente o
Brasil. Em 2001, a equipe venceu o time canarinho por 2 a 0, em jogo válido
pela Copa América. Com o resultado, a equipe, que também era comandado por
Felipão, acabou eliminada do torneio continental.
Ciente de que Honduras pode ser uma pedra no sapato
caso a Seleção não saiba como se comportar em campo, Felipão qualificou o rival
deste sábado como “razoável”.
- Honduras se qualificou para o Mundial. Dentro daquilo
que vimos é uma seleção razoável, que não tem a qualidade de outras seleções,
mas que vem para o jogo com o Brasil que, dependendo do que fizermos, pode
fazer um jogo mais complicado para nós.
BRASIL X HONDURAS
Local: Sun Life Stadium, em Miami (EUA)
Horário: 22h30m (de Brasília)
Árbitro: Não divulgado
Auxiliares: Não divulgado
BRASIL
Victor, Maicon, David Luiz, Dante e Maxwell; Luiz Gustavo, Paulinho e Oscar;
Bernard, Neymar e Jô.
Técnico: Luiz Felipe Scolari
HONDURAS
Noel Valadares; Arnold Peralta, Víctor Bernárdez, Maynor Figueroa e Emilio
Izaguirre; Wilson Palacios; Jorge Claros; Roger Espinoza e Boniek García; Jerry
Bengtson e Carlo Costly
Técnico: Luís Suárez.
Por Márcio Iannacca - Miami, EUA.