BLOG DO BETO

quinta-feira, 26 de março de 2015

Efeito Real: Lucas Silva vira referência no time olímpico e revela ajuda de CR7.

Foi quase uma hora atendendo à imprensa, respondendo pacientemente cada pergunta de cada veículo de comunicação enviado para conhecer o mais novo jogador do Real Madrid a vestir a camisa da seleção brasileira. Lucas Silva chegou depois dos companheiros e foi o último a sair da sala de imprensa do hotel onde o time está hospedado em Vitória, no Espírito Santo. No elevador, concordou quando a reportagem do GloboEsporte.com disse as duas palavras que resumem o novo momento da vida dele:
- Real Madrid, né?
Contratado em janeiro pelo clube espanhol, Lucas reconheceu que ainda não absorveu por completo o fato de estar num dos gigantes mundiais, o mesmo time de Cristiano Ronaldo, Bale, Benzema, James Rodríguez, Marcelo e outras estrelas. Apesar da saudade do feijão e do “calor do Brasil”, o volante, de 22 anos, diz que está se adaptando bem, com a ajuda justamente do craque português.
- Ele exerce uma liderança muito boa. Fiquei surpreso, ele que veio e me deu as boas-vindas, me cumprimentou. No dia a dia me dá muita moral, principalmente nos jogos. Ele me passa muita confiança e personalidade. Foi uma das coisas que me ajudou bastante para que nos jogos eu conseguisse fazer meu futebol e não sentisse tanto.

Se no Real CR7 é o craque, na seleção olímpica Lucas Silva é um dos nomes mais famosos e vem sendo escalado como titular pelo técnico Alexandre Gallo nos treinos. O assédio no dia em que concedeu entrevistas mostra bem a mudança de patamar. Afinal, agora, ele é o Lucas Silva do Real Madrid.

GLOBOESPORTE.COM: Já caiu a ficha de que agora você é jogador do Real Madrid?
Lucas Silva: Para falar a verdade, está caindo aos poucos, mas estou muito feliz por estar realizando este sonho e também, por outro lado, muito feliz por ter pouco tempo de clube e já ter conseguido jogar, já ter tido a oportunidade de estrear tanto na Champions League quanto no Campeonato Espanhol, o que me deixou feliz e mais confiante ainda.

Como foi o primeiro dia no Real Madrid?

Foi uma sensação muito boa. Fiquei bastante surpreso com a apresentação, com tudo, com a grandeza, o tamanho do clube. Aos poucos foi caindo a ficha. O primeiro dia, no contato com os jogadores, foi muito legal, a recepção foi muito boa. Logo já começou a cair a ficha, de que eu estava no maior clube do mundo, que estava com os melhores jogadores e só dependia de mim fazer o meu papel, me adaptar o mais rápido possível e estar no ritmo dos melhores do mundo. 
E o Cristiano Ronaldo? Conversou contigo?

Ele exerce uma liderança muito boa, fiquei surpreso, ele que veio e me deu as boas-vindas, me cumprimentou. No dia a dia me dá muita moral, principalmente nos jogos. Ele me passa muita confiança, tem personalidade. Foi uma das coisas que me ajudou bastante para que nos jogos eu conseguisse fazer meu futebol e não sentisse tanto. 

Você já começou como titular, mas também sofreu o peso das críticas, principalmente dos jornais de Madri. Como está lidando com isso?

Acontece. Em toda a minha carreira também não ouvi só elogios. Também ouvi muitas críticas. Encaro isso pelo lado positivo, de ver uma crítica e saber do meu potencial, sabendo que sou capaz de fazer as coisas que quero, que tenho condições, principalmente dentro de campo. Absorvi do lado positivo, sabendo que tinha totais condições de corresponder à altura. 

Na última vez que você foi convocado, ainda jogava no Cruzeiro. Agora você volta como o Lucas Silva do Real Madrid, atrai muita imprensa. Dá mais responsabilidade saber que você é um dos nomes mais badalados da seleção?

Sem dúvida, aumenta a responsabilidade. Mas não muda o meu jeito de ser, os meus princípios, a minha personalidade, o meu caráter. Aumenta a responsabilidade, claro, mas me sinto preparado e disposto para essa responsabilidade, dentro e fora de campo.

É a primeira vez que volta ao Brasil?

Sim. Foi legal. Até comentei com os jogadores, estava com saudade de comer feijão, do calor do Brasil. Estava sentindo um pouco de falta. A minha família está prestes a chegar, vai vir aqui acompanhar os jogos. Mas Madri também é uma cidade maravilhosa, onde consegui me adaptar muito bem e rápido. Vai ser um país em que pretendo viver muito tempo. 

 Por Felipe Schmidt
Vitória, Espírito Santo