Líder do movimento Bom Senso FC, o zagueiro Paulo André
afirmou, em entrevista à Revista Veja, que os jogadores admitem a
possibilidade de greve, caso as reivindicações por mudanças no futebol
não sejam atendidas. O atleta do Corinthians declarou, porém, que o
objetivo é receber uma proposta positiva da Confederação Brasileira de
Futebol, o que descartaria a necessidade de parar as atividades na reta
final da competição nacional.
- É uma possibilidade real (greve). Não é um absurdo se resolvermos
parar. A gente espera que a CBF apresente uma proposta que seja benéfica
para o futebol. Se não, não há muito o que fazer além da greve. As
ameaças de punição não vão nos deter. Não acreditam na força do nosso
movimento. Eles estão nos testando e vamos aumentar o tom.
Paulo André afirmou que existem cerca de 150 jogadores trocando mensagens
em um aplicativo para celular. Além dele, o movimento conta com a
participação de figuras de peso como Alex, do Coritiba, Rogério Ceni, do
São Paulo, Juninho, do Vasco, Fred, do Fluminense, Juan, do
Internacional, e Elias, do Flamengo.
- A queixa é geral. Há uma sensação unânime. Quem volta da Europa vê
que o potencial humano no Brasil é gigantesco, mas que a estrutura está
emperrada, enferrujada. A gente tem tudo neste país, por que não
explorar o melhor? - questiona à publicação.
O movimento começou com a presença de faixas durante os jogos. Depois,
jogadores protestaram com troca de passes nos minutos iniciais dos
jogos. Neste final de semana, todos os jogos da 36ª rodada do Campeonato
Brasileiro viram os atletas se sentarem no início das partidas.
Entre as principais reivindicações do Bom Senso FC estão a adequação do
calendário do futebol nacional, garantia de férias para os atletas,
período adequado de pré-temporada, fair play financeiro e participação
nos conselhos técnicos das entidades que regem o futebol.
O zagueiro corintiano ainda reclamou das condições estruturais de trabalho no país.
- A CBF não entende que o ingresso está caro para o jogo que está sendo
vendido. A CBF ganha milhões com a Seleção, com os patrocínios e,
segundo ela, não ganha nada com o Campeonato Brasileiro. Talvez seja por
isso que ela não se interesse em fazer um calendário que propicie um
futebol de qualidade. Os gramados são horríveis, os antigos estádios
estão péssimos. Tem jogo todo dia na televisão sem o menor critério de
qualidade. Só quantidade.
Por SporTV.com -
Rio de Janeiro.