BLOG DO BETO

terça-feira, 25 de março de 2014

Após conflitos, jogadores brasileiros relatam temor por guerra na Ucrânia.


O medo de uma possível guerra entre Ucrânia e Rússia, por conta de conflitos políticos, promoveu um grande clima de tensão entre os dois países. E isso influencia diretamente os jogadores brasileiros, principalmente da Ucrânia. O campeonato nacional retornou no dia 15, depois de ser adiado por duas semanas. Agora, os atletas vivem a realidade de um futuro incerto.
- Afetou o Campeonato Ucraniano e a gente ainda não tinha data para começar, porque tinham invadido a federação e a manifestação foi por completo. Pediam às vezes para não sair de casa, pelas manifestações. A gente obedecia e, graças a Deus, ninguém teve problema - afirmou Diego Souza, que defende o Metalist.
Companheiro do meia na equipe, Rodrigo Moledo admite que a possibilidade de uma guerra leva os jogadores a refletirem sobre a continuidade na Ucrânia. Além dele, jogam no Metalist os meias Marlos e Cleiton Xavier, além do lateral Márcio Azevedo.
- É complicado voltar nesse meio. A gente não está acostumado. Ao ver as notícias e as mortes a gente fica com medo e com um pouco de receio de voltar - relatou Moledo.

Região em que a população predominante é de etnia russa, Donetsk acompanha distante o desenrolar da batalha política na Ucrânia. Na Crimeia, que demonstrou desejo em se tornar território russo, vivem dois brasileiros: Célio Santos, que atua no Tavriya, e Farley Rosa, do Sebastopol.
- Em Donetsk, onde eu moro, está normal, muito tranquilo. E quando você está lá, não tem noção do que está acontecendo. Quando eu vim para a Cróacia, com a seleção, vi que as notícias são mais fortes - disse o brasileiro naturalizado croata Eduardo Silva, que atua no Shaktar.
Apesar do sufoco, a situação não é inédita para os brasileiros que atuam no futebol. Ídolo do Flamengo, Zico conviveu com a tensão da guerra durante seu período como técnico do Iraque. Ele assumiu a seleção em 2011 e comandou o time por pouco mais de um ano, quando saiu por descumprimento de cláusulas contratuais.
- É muito tenso. Eu ficava dois dias só, mas sob uma tensão incrível. Ia para lá, fazia convocação. Mas a maior tranquilidade era quando eu pegava o avião e ele subia. Que eles tenham discernimento e tranquilidade para saber que, no momento que eles precisarem se refugiar, saibam os lugares seguros, porque isso é fundamental  - afirmou Zico.

Por Rio de Janeiro