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quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Medina passa em 2º na estreia em Sunset: "Estou aqui para me divertir"

A tempestade que se formou no Oceano Pacífico entre a Califórnia e o Havaí chegou com força ao North Shore da ilha de Oahu, provocando ondas de 3m. Debaixo de chuva e com o mar revolto, Gabriel Medina fez sua estreia na segunda etapa da Tríplice Coroa Havaiana, em Sunset Beach, surfando sem pressão. Líder do ranking mundial, ele encarou o americano Dane Gudaukas, o australiano Connor O'leary e o havaiano Dusty Payne. Em disputa complicada, o brasileiro começou atrás dos rivais, mas, aos poucos, foi se soltando, se recuperou e conseguiu um segundo lugar, avançando para a a quarta fase da competição, válida pela divisão de acesso (WQS) ao Circuito Mundial de Surfe (WCT). 

O havaiano Dusty Payne venceu com uma soma de 16,17 (8,17 +8), contra um 12,17 de Medina (5,67 + 6,50). O resultado coloca o brasileiro na quarta fase, já com rivais definidos: Alejo Muniz, o australiano Davey Cathels e Jonathan González, das Ilhas Canárias. 
Confortável nas ondas do North Shore, Medina contou que queria apenas se divertir. Como precisa disputar duas etapas do WQS, ele escolheu Maresias e Sunset Beach, onda que considera "agradável e divertida".

- Estou aqui apenas para me divertir, sem pressão. Participei de uma etapa Prime e precisaria disputar outra, então escolhi essa. Gosto da onda aqui em Sunset, é uma onda divertida e agradável de surfar. Estou satisfeito, Sunset é uma onda divertida, e espero seguir em frente na competição. Estou com uma boa prancha, e contente por estar competindo aqui. Vim para me divertir e acabei passando (risos). Meu foco é Pipe - disse o jovem de 20 anos, muito assediado ao sair da água, seja para distribuir autógrafos em bonés e camisetas ou para fotos e "selfies".

Medina não competiu em Haleiwa, primeira joia da Tríplice Coroa Havaiana, e usa o WQS de Sunset como preparação para o Pipe Masters, última etapa do WCT, onde, a partir de segunda-feira, ele, o australiano Mick Fanning e o americano Kelly Slater lutam pelo título de campeão da temporada. Gabriel chegou ao Havaí no dia 22 de novembro e desde então, tem treinado nos tubos perfeitos de Pipeline. O atleta de Maresias, São Sebastião (SP), está "blindado" e aproveitou os últimos swells para surfar no palco do evento em que pode fazer história com o inédito título mundial para o Brasil.

A bateria

Dusty Payne começou a bateria com tudo, com um 8,17 logo em sua primeira onda. Medina tentou o troco, mas não conseguiu executar as melhores manobras e acabou não finalizando a onda, tirando 0,77. Na segunda onda, Medina conseguiu um 5,17 e manteve-se no segundo lugar com 5,94, atrás de Payne, mas à frente de Gudauskas e O'Leary. Com duas boas ondas, Dane Gudauskas assumiu a ponta com um 8,23 (3,83 + 4,40), com Medina caindo para terceiro.

Na segunda metade da bateria, Payne conseguiu uma segunda boa onda, anotou 4,83, e chegou ao total de 13,00, reassumindo a ponta. Em sua quinta onda, Medina tirou da cartola boas rasgadas e batidas, anotando 5,67 e assumindo a segunda colocação, com 10,84, o suficiente para seguir na competição. Payne, por sua vez, teve outra ótima onda, chegando a uma combinação de 16,17 com um 8,00 cravado. No finzinho da bateria, Medina fez sua melhor onda, com boas batidas e velocidade, tirando um 6,17 e confirmando o segundo lugar.

No segundo dia de disputas da segunda etapa da Tríplice Coroa, um dos maiores destaques foi David do Carmo. Após pegar uma bomba no início da bateria, arrancando um 5,33 com uma única rasgada, o brasileiro assumiu a ponta e impôs respeito sobre os rivais. Ele finalizou a apresentação com uma sequência de batidas, levou um 8,03 e superou o havaiano Mason Ho, o francês Maxime Huscenot e o também brasileiro Wiggoly Dantas, que foi eliminado, em quarto lugar. Outros representantes do Brasil, Filipe Toledo, Alejo Muniz e Lucas Silveira também avançaram na competição.
Argentino naturalizado brasileiro, Alejo precisou de um 7,00 e um 5,67 para somar 12,57 e vencer os australianos Wade Carmichael (9,96) e Perth Standlick (8,60) e o americano Nat Young (7,93). Filipinho arrancou um 9,66 (6,83 + 2,83) dos juízes para derrotar o sul-africano Beyrick de Vries (9,57), o espanhol Aritz Aranburu (9,40) e o italiano Leonardo Fioravanti (6,67). Lucas também fez bonito em Sunset, deixando para trás três surfistas que tem a praia como seu quintal de casa. Com um 11,74, o surfista do Rio de Janeiro, radicado em Florianópolis, superou os havaianos Sebastian Zietz (11,53), Kai Barger (11,10) e Freddy Patacchia (4,30). Ainda nesta quarta-feira, os brasileiros Miguel Pupo, Jadson André, Ítalo Ferreira e Raoni Monteiro foram eliminados.
RESULTADOS DA 3ª RODADA EM SUNSET
Bateria 1 - 1º Keanu Asing (Havaí) 7,77/ 2º Ian Walsh (Havaí) 5,85/ 3º Yadin Nicol (Austrália) 2,00/ 4º Raoni Monteiro (Brasil) 0,50
Bateria 2 - 1º Billy Stairmand (Nova Zelândia) 11,27/ 2º Adrian Buchan (Austrália) 10,64/ 3º Adam Melling (Austrália) 9,07/ 4º Tom Whitaker (Austrália) 4,00
Bateria 3 - 1º Filipe Toledo (Brasil) 9,66/ 2º Beyrick de Vries (África do Sul) 9,57/ 3º Aritz Aranburu (Espanha) 9,40/ 4º Leonardo Fioravanti (Itália) 6,67
Bateria 4 - 1º Chris Ward (Estados Unidos) 15,33/ 2º Jordy Smith (África do Sul) 12,70/ 3º Jeremy Flores (França) 7,27/ 4º Pancho Sullivan (Havaí) 6,16
Bateria 5 - 1º Jonathan Gozález (Ilhas Canárias) 12,50/ 2º Owen Wright (Austrália) 11,10/ 3º Mitch Crews (Austrália) 10,17/ 4º Kaimana Jaquias (Havaí) 6,87
Bateria 6 - 1º Alejo Muniz (Brasil) 12,57/ 2º Wade Carmichael (Austrália) 9,96/ 3º Perth Standlick (Austrália) 8,60/ 4º Nat Young (Estados Unidos) 7,93
Bateria 7 - 1º Julian Wilson (Austrália) 10,93/ 2º Davey Cathels (Austrália) 7,44/ 3º Joan Duru (França) 6,83/ 4º Jadson André (Brasil) 6,70
Bateria 8 - 1º Dusty Payne (Havaí) 16,17/ 2º Gabriel Medina (Brasil) 12,17/ 3º Dane Gudauskas (Estados Unidos) 10,73/ 3º Connor O'Leary (Austrália) 9,04
Bateria 9 - 1º David do Carmo (Brasil) 13,36/ 2º Mason Ho (Havaí) 10,70/ 3º Maxime Huscenot (França) 7,90/ 4º Wiggolly Dantas (Brasil) 6,47
Bateria 10 - 1º Lucas Silveira (Brasil) 11,74/ 2º Sebastian Zietz (Havaí) 11,53/ 3º Kai Barger (Havaí) 11,10/ 4º Freddy Patacchia Jr. (Havaí) 4,30
Bateria 11 - 1º Ricardo Christie (Nova Zelândia) 16,90/ 2º Josh Kerr (Austrália) 11,83/ 3º Set Moniz (Havaí) 11,43/ 4º Brett Simpson (Estados Unidos) 8,17
Bateria 12 - 1º Charly Martin (Guadalupe) 15,00/ 2º Alex Smith (Havaí) 13,16/ 3º Tiago Pires (Portugal) 11,37/ 4º Bede Durbidge (Austrália) 9,33
Bateria 13 - 1º Kolohe Andino (Estados Unidos) 15,10/ 2º Ramzi Boukhiam (Marrocos) 8,57/ 3º Travis Logie (África do Sul) 5,77/ 4º Ítalo Ferreira (Brasil) 5,50
Bateria 14 - 1º Granger Larsen Havaí) 12,10/ 2º Glenn Hall (Irlanda) 12,00/ 3º Dion Atkinson (Austrália) 11,97/ º Miguel Pupo (Brasil) 9,83
Bateria 15 - 1º Matt Wilkinson (Austrália) 16,84/ 2º Garrett Parkes (Austrália) 13,43/ 3º Kai Otton (Austrália) 10,73/ 4º Hiroto Arai (Japão) 2,00
Bateria 16 - 1º Matt Banting (Austrália) 14,23/ 2º Michel Bourez (Polinésia Francesa) 12,90/ 3º Isaiah Moniz (Havaí) 12,60/ 4º Tim Reyes (Estados Unidos) 11,20
BATERIAS DA QUARTA RODADA
Bateria 1 - Keanu Asing (Havaí)/ Billy Stairmand (Nova Zelândia)/ Beyrick de Vries (África do Sul)/ Jordy Smith (África do Sul)
Bateria 2 - Ian Walsh (Estados Unidos)/ Adrian Buchan (Austrália)/ Filipe Toledo (Brasil)/ Chris Ward (Estados Unidos)
Bateria 3 - Jonathan González (Ilhas Canárias)/ Alejo Muniz (Brasil)/ Davey Cathels (Estados Unidos)/ Gabriel Medina (Brasil)
Bateria 4 - Owen Wright (Austrália)/ Wade Carmichael (Austrália)/ Julian Wilson (Austrália)/ Dusty Payne (Havaí)
Bateria 5 - David do Carmo (Brasil)/ Lucas Silveira (Brasil)/ Josh Kerr (Austrália)/ Alex Smith (Havaí)
Bateria 6 - Mason Ho (Havaí)/ Sebastian Zietz (Havaí)/ Ricardo Christie (Nova Zelândia)/ Charly Martin (Guadalupe)
Bateria 7 - Kolohe Andino (Estados Unidos)/ Granger Larsen (Havaí)/ Garrett Parkes (Austrália)/ Michel Bourez (Polinésia Francesa)
Bateria 8 - Ramzi Boukhiam (Marrocos)/ Glenn Hall (Irlanda)/ Matt Wilkinson (Austrália)/ Matt Banting (Austrália)
O QUE MEDINA PRECISA PARA SER CAMPEÃO DO MUNDO
- Se Medina perder na segunda (25º) ou na terceira fase (13º) em Pipeline, precisa torcer para Slater não vencer a etapa, e Fanning não chegar às semifinais. Caso Fanning pare nas quartas, os dois farão uma bateria homem a homem para decidir o caneco.
- Se perder na quinta fase (9º), tem que torcer para Mick não chegar à final.
- Se perder nas quartas (5º) ou nas semis (3º), tem que torcer para Mick não vencer a etapa.
- Se chegar à final, conquista o título, independentemente do resultado de Mick.

Por Carol Fontes
Direto de Oahu, Havaí