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sexta-feira, 13 de março de 2015

Cidinho usa lições de Seedorf para ganhar ânimo e voltar após um ano.

Quase todos os dias, Cidinho está ao volante para conduzir em seu carro o atacante Sassá e outros jovens que recentemente subiram aos profissionais do Botafogo. Mas em poucos meses o meia espera ajudar de outra forma o clube o revelou. Em fase final de recuperação da segunda cirurgia no joelho esquerdo, após lesão sofrida há quase um ano, ele faz a transição dos trabalhos físicos para o campo e conta os dias para ficar à disposição do técnico René Simões.
Contra o desânimo das desgastantes sessões de fisioterapia, Cidinho nunca deixou de ter em mente os conselhos de Seedorf. As conversas sobre a importância da preparação física começaram quando ele sofreu uma lesão no mesmo joelho e no mesmo estádio, Moça Bonita, em maio de 2013. Nas muitas vezes em que deu suas dicas, o craque holandês explicou a importância de adquirir força muscular.

– Na época da minha primeira cirurgia, o Seedorf conversava muito comigo sobre a musculação. Ele costumava citar o exemplo do Davids, que também sofreu uma lesão séria e conseguiu dar a volta por cima com esse fortalecimento. Sempre que o Seedorf me via desanimado na musculação, falava comigo, então peguei como exemplo e hoje faço musculação antes e depois dos treinos para aguentar firme quando voltar a jogar – disse.
E voltar a jogar é a meta de Cidinho desde que deixou o campo chorando na partida entre Botafogo e Nova Iguaçu, em Moça Bonita, no dia 22 de março do ano passado (assista ao vídeo). Se no início de 2013 o meia era uma peça importante para mudar os jogos no segundo tempo no grupo comandado por Oswaldo de Oliveira, ele espera que em 2015 possa ser um real candidato a titular da equipe de René Simões.
– Na época em que me machuquei pela primeira vez eu estava em minha melhor fase, e a equipe vinha bem. Consegui superar aquele primeiro trauma, mas veio todo o sofrimento de novo. Quero jogar meu futebol, sem pressão, mas estou lutando há quase um ano para voltar e aguentar o ritmo. Venho treinando muito para voltar a jogar. É o que mais quero.

Aos 22 anos, Cidinho se acostumou a ser visto como uma promessa das categorias de base do Botafogo, mas a sequência de graves lesões impediu sua continuidade. Agora perto da volta, o meia entende que pode finalmente corresponder à expectativa e mostra confiança para dar o retorno que a torcida e o clube esperam.
– Desde 2011 tem sido feito um bom trabalho na base do Botafogo. Muitos jogadores subiram, e a expectativa é grande em relação a todos nós. Mas estou tranquilo, porque sei do meu potencial. Quero me preparar para voltar da melhor forma possível e ficar à disposição treinador. A cada dia ganho confiança. A comissão técnica está me vendo e saberá quando me colocar nos jogos.
Com contrato até 31 dezembro, Cidinho tem pouco tempo para mostrar serviço buscar sua permanência no Botafogo, onde ainda espera alcançar muitas conquistas em diversos campos. Menos em um:
– Se tiver jogo em Moça Bonita, pode até ser final do Mundial. Eu não jogo! – brincou.

Por Gustavo Rotstein
Rio de Janeiro