Uma noite perfeita no Maracanã. Talvez nem o mais otimista dos
torcedores rubro-negros pudesse imaginar que tudo fosse dar tão certo
para o Flamengo no clássico contra o Botafogo, pelas quartas de final da
Copa do Brasil. A vaga para a semi veio com um 4 a 0,
que teve direito a três gols de Hernane, em noite de artilheiro musical
(pediu e cantou uma música após o jogo), e um de Léo Moura,
aniversariante do dia, que recebeu homenagem, deu chapéu e saiu de campo
emocionado.
Além disso, a torcida foi combustível
fundamental. Presente em grande maioria no estádio, empurrou do início
ao fim, e ainda teve o direito de gritar "olé" quando o placar já estava
bastante encaminhado na segunda etapa. Mas, caso alguém ainda queira
apontar um ponto negativo do lado rubro-negro, este pode ficar a cargo
de Carlos Eduardo. O camisa 20 vacilou em alguns momentos, mas nada que
comprometesse o resultado.
BROCADOR MUSICAL
Decisivo
dentro de campo e autor dos três primeiros gols rubro-negros nos 4 a 0,
Hernane teve seu momento cantor ao final da partida. Não foi uma noite
de domingo, mas mesmo assim o camisa 9 foi premiado com a oportunidade
de pedir música. A palhinha da canção "Roda Gigante", do grupo Black
Style, não foi das mais afinadas, mas valeu como homenagem ao povo de
sua terra, Bom Jesus da Lapa, na Bahia. Antes de soltar a voz, o
Brocador ainda fez questão de agradecer o apoio recebido de seus
familiares. Nos versos: "Na escola da vida aprendi como chorei e sofri.
No sonho eu persisti, não desisti de lutar".
DE PARABÉNS
No início, várias demonstrações de carinho vindas da
arquibancada. No fim, emoção ao deixar o campo do Maracanã. A festa de Léo
Moura, aniversariante do dia 23 de outubro, completando 35 anos de vida,
certamente ficará para sempre na memória do lateral-direito. Faixas com os
dizeres "Parabéns, Léo" puderam ser notadas no meio da torcida e,
animado, o camisa 2 foi o autor do drible mais bonito da partida - um belo
chapéu para cima de Lodeiro - e ainda deixou sua marca, de pênalti, após
receber a bola de Hernane como um presente. Sob aplausos ao deixar o campo para
dar lugar a Rafinha, aos 43 minutos da etapa final, Léo não segurou as
lágrimas, e ainda deu um forte abraço no treinador Jayme de Almeida.
GRITOS DE OLÉ
Maioria
no Maracanã, os rubro-negros foram os donos da festa na noite de
quarta-feira. A torcida apoiou, incentivou desde o início, e não foi nem
preciso acontecer o quarto gol para que o coro de "olé" começasse a
ecoar das arquibancadas. A partir do terceiro gol de Hernane, a cada
troca de passes dos flamenguistas, novos gritos eram ouvidos. Perto do
fim, assim como após o apito final de Paulo César de Oliveira, o já
tradicional "Que torcida é essa?" também marcou presença no clássico.
GOL LEGAL
O
gol que inaugurou o marcador do clássico pode ser motivo de debate e
dividir a opinião dos torcedores. Mas, de acordo com o comentarista de
arbitragem da TV Globo Arnaldo Cezar Coelho, o lance foi legal. Em um
jogada de sorte de Hernane, que contou com o bate-rebate envolvendo
Marcelo Mattos e Rafael Marques para a bola sobrar livre, o Brocador
aparecia adiantado no momento da cobrança de falta realizada por André
Santos. Mas Arnaldo explicou: "O Paulo César de Oliveira interpretou
corretamente o gol, que é meio polêmico. No momento do passe ele
(Hernane) está em posição de impedimento, mas a bola não chega nele,
porque o zagueiro vai rebater. Portanto, ele não participa da jogada.
Quando a bola volta para ele, já é uma segunda jogada, portanto, legal".
O DESTOANTE
Que
o ataque do Flamengo funcionou, não há como negar. Em noite de Paulinho
inspirado e Hernane goleador, porém, uma peça ofensiva da equipe de
Jayme de Almeida não atuou no mesmo ritmo que os companheiros. Carlos
Eduardo, apesar de ter dado um bom passe no lance em que originou o
pênalti sobre Hernane, destoou e desperdiçou algumas boas jogadas no
decorrer da partida. O camisa 20 perdeu uma chance clara de gol aos 17
minutos do primeiro tempo, ainda com o placar em 0 a 0, e errou passes,
cortando um bom contra-ataque aos 31 da primeira etapa e dando de graça
nos pés do adversário aos 8 da segunda. Com isso, recebeu a menor nota
do Fla.
Por GLOBOESPORTE.COM - Rio de Janeiro.