A seleção brasileira sub-17 entra em campo nesta sexta-feira para
enfrentar o México, às 14h, pelas quartas de final da Copa do Mundo da
categoria, em Dubai, nos Emirados Árabes. Em campo estará uma arma que
tem sido fatal para os adversários do Brasil: o atacante Thiago
Mosquito. Após desembarcar no Atlético-PR
no início da temporada, é na Seleção que o jogador tem chamado a
atenção, principalmente pelos quatro gols que já marcou até aqui na
competição. Por trás da carreira de futebol, uma história de luta. O pai
de Mosquito foi preso em 2004, por tráfico de drogas, na Cidade de
Deus, comunidade da Zona Oeste do Rio de Janeiro, e condenado a mais de
30 anos de prisão.
- A relação com o pai dele é normal. Antigamente, ele tinha receio de
falar disso, mas hoje em dia acho que ele já aprendeu a lidar, e para
mim é tranquilo. O contato é quase nenhum até pela vida que todo mundo
sabe que ele leva, mas ele o considera como pai e o ama - conta a mãe do
jogador, Andreia Rodrigues.
Criado numa das comunidades cariocas que já foi das mais perigosas e
apesar da prisão do pai, Thiago Mosquito não deu trabalho em casa, como
relata a própria mãe do camisa 9.
- O Thiago nunca foi de ficar na rua, o negócio dele era videogame,
computador. Então nunca teve acesso a coisas que existiam dentro (da
Cidade de Deus), e que hoje não existem mais. Ele foi uma criança
tranquila, sempre de fazer esporte, nunca deu trabalho. Não foi surpresa
ele estar no nível que se encontra hoje, até porque sempre demos apoio
para ele continuar e isso que é importante, estamos presentes para poder
dar prosseguimento a um sonho de um jovem.
O apelido do camisa 9 surgiu no Fluminense, mas Mosquito ainda passou
pelo futsal do Flamengo e pelas categorias de base do Vasco, já no
campo, de onde se transferiu para o Atlético-PR no início do ano.
- O apelido nasceu no Fluminense porque ele era pequenininho e veloz.
Um técnico dele cismou que tinha que colocar esse apelido, porque tinha
um amigo que tinha esse apelido. Aí todo mundo começou a chamar ele de
Mosquito e até hoje ficou - relembra Andreia.
Com o que ganhou até agora como jogador, Thiago Mosquito comprou a casa
onde mora junto com a mãe e o padrasto, além de dar um carro a Andreia.
E apesar do que já enfrentou na vida, o atacante vive a melhor fase da
curta carreira, aos 17 anos.
- Em casa, ele é bem tietado. Eu me sinto muito privilegiada primeiro
de ter um filho maravilhoso como ele. Eu me sinto orgulhosa e vejo que
ele vai muito longe. Vejo ele recebendo o prêmio de melhor jogador do
mundo.
Nesta sexta-feira, a mãe estará em frente à tela do SporTV,
a partir de 14h, para assistir ao jogo decisivo para o Brasil na Copa
do Mundo sub-17. Andreia Rodrigues cita a torcida pelo filho em casa.
- Quando está todo mundo no Rio, nos juntamos, torcemos por ele,
fazemos camisa, soltamos fogos, uma torcida mesmo, como se fosse uma
torcida organizada, mas é uma torcida familiar - concluiu Andreia.
Por SporTV.com -
Rio de Janeiro.