BLOG DO BETO

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Mesmo sem ver o pai, preso, sucesso de Mosquito não surpreende a mãe.

A seleção brasileira sub-17 entra em campo nesta sexta-feira para enfrentar o México, às 14h, pelas quartas de final da Copa do Mundo da categoria, em Dubai, nos Emirados Árabes. Em campo estará uma arma que tem sido fatal para os adversários do Brasil: o atacante Thiago Mosquito. Após desembarcar no Atlético-PR no início da temporada, é na Seleção que o jogador tem chamado a atenção, principalmente pelos quatro gols que já marcou até aqui na competição. Por trás da carreira de futebol, uma história de luta. O pai de Mosquito foi preso em 2004, por tráfico de drogas, na Cidade de Deus, comunidade da Zona Oeste do Rio de Janeiro, e condenado a mais de 30 anos de prisão.

- A relação com o pai dele é normal. Antigamente, ele tinha receio de falar disso, mas hoje em dia acho que ele já aprendeu a lidar, e para mim é tranquilo. O contato é quase nenhum até pela vida que todo mundo sabe que ele leva, mas ele o considera como pai e o ama - conta a mãe do jogador, Andreia Rodrigues.
Criado numa das comunidades cariocas que já foi das mais perigosas e apesar da prisão do pai, Thiago Mosquito não deu trabalho em casa, como relata a própria mãe do camisa 9.
- O Thiago nunca foi de ficar na rua, o negócio dele era videogame, computador. Então nunca teve acesso a coisas que existiam dentro (da Cidade de Deus), e que hoje não existem mais. Ele foi uma criança tranquila, sempre de fazer esporte, nunca deu trabalho. Não foi surpresa ele estar no nível que se encontra hoje, até porque sempre demos apoio para ele continuar e isso que é importante, estamos presentes para poder dar prosseguimento a um sonho de um jovem.

O apelido do camisa 9 surgiu no Fluminense, mas Mosquito ainda passou pelo futsal do Flamengo e pelas categorias de base do Vasco, já no campo, de onde se transferiu para o Atlético-PR no início do ano.
- O apelido nasceu no Fluminense porque ele era pequenininho e veloz. Um técnico dele cismou que tinha que colocar esse apelido, porque tinha um amigo que tinha esse apelido. Aí todo mundo começou a chamar ele de Mosquito e até hoje ficou - relembra Andreia.
Com o que ganhou até agora como jogador, Thiago Mosquito comprou a casa onde mora junto com a mãe e o padrasto, além de dar um carro a Andreia. E apesar do que já enfrentou na vida, o atacante vive a melhor fase da curta carreira, aos 17 anos.
- Em casa, ele é bem tietado. Eu me sinto muito privilegiada primeiro de ter um filho maravilhoso como ele. Eu me sinto orgulhosa e vejo que ele vai muito longe. Vejo ele recebendo o prêmio de melhor jogador do mundo.

Nesta sexta-feira, a mãe estará em frente à tela do SporTV, a partir de 14h, para assistir ao jogo decisivo para o Brasil na Copa do Mundo sub-17. Andreia Rodrigues cita a torcida pelo filho em casa.
- Quando está todo mundo no Rio, nos juntamos, torcemos por ele, fazemos camisa, soltamos fogos, uma torcida mesmo, como se fosse uma torcida organizada, mas é uma torcida familiar - concluiu Andreia.

Por - Rio de Janeiro.