Nove jogos, 34 dias, 924 minutos. O longo e incômodo jejum de Barcos
acabou com uma matada no peito e um belo arremate de pé esquerdo,
suficiente para dar a vitória ao Grêmio por 1 a 0 sobre um apático
Corinthians, nesta quarta-feira, na Arena Grêmio. O gol do Pirata
manteve o Tricolor na vice-liderança, colocou o time mais perto da Taça
Libertadores e afundou um pouco mais o rival, agora preocupado com a
zona de rebaixamento.
A vitória levou a equipe de Renato Gaúcho aos 52 pontos, a dez do líder
Cruzeiro, mas com a classificação para a Libertadores ainda mais
próxima. Mais importante do que isso: a boa mexida no segundo tempo, com
Maxi Rodríguez se destacando e dando assistência, e o fim do peso nas
costas de Barcos. Ele não marcava desde o dia 11 de setembro, contra o
Náutico, e mostrou alívio na comemoração do gol, com socos no ar e muita
garra.
Sobre o Corinthians, paira a preocupação. Com 37 pontos, o time de Tite
precisa se preocupar mais com a parte de baixo da tabela – está a cinco
pontos do Criciúma, primeiro na zona da degola. Com mais uma atuação em
branco no ataque, o Timão está há quatro jogos sem fazer gols.
Pouquíssimo para um time com cada vez menos alternativas.
O Grêmio volta a campo no próximo domingo, em clássico contra o
Internacional, às 16h (horário de Brasília), em Caxias do Sul. O Timão
enfrenta o Criciúma em duelo de quase desespero, sábado, às 21h, em Itu.
Mais do mesmo
Sete finalizações, apenas duas com perigo. Assim, os piores ataques do
segundo turno do Brasileiro justificaram suas atuais condições e, claro,
não tiraram o placar do zero na primeira etapa. Sem Kleber, suspenso, o
Grêmio confiou em um Barcos muito isolado – frequentemente, teve de
vencer a marcação de dois, até três jogadores. Do outro lado, o
Corinthians continuou com seu bloqueio criativo.
A alteração promovida por Tite no início da semana até surtiu efeito.
Aberto pelo lado direito, Diego Macedo avançou bastante e apareceu na
área em duas oportunidades: primeiro, Dida fez grande defesa; depois,
recebeu livre e chutou longe, nas arquibancadas da Arena. Na armação,
Douglas sumiu. Apenas um bom passe em 45 minutos.
Os donos da casa também não andam muito interessados no gol. O esquema
de Renato Gaúcho com três zagueiros e três volantes continua ali,
mantendo o sistema defensivo bem protegido. No ataque, só Lucas Coelho
se atreveu a fazer algo diferente: aos 40 minutos, fez fila, chutou de
fora da área e exigiu a única defesa difícil de Cássio.
Esquema muda, e Pirata desencanta
Com um Corinthians preguiçoso no ataque, Renato Gaúcho viu que não
havia necessidade de manter três zagueiros no time. Tirou Bressan,
lançou Maxi Rodríguez, e viu o reserva brilhar logo de cara. Aos quatro
minutos, um lançamento perfeito do uruguaio encontrou o peito de Barcos,
que matou com classe e chutou de pé esquerdo: 1 a 0, e fim do jejum do
Pirata.
O Grêmio fez o que dele se esperava. Com a vantagem, procurou se fechar
e diminuir os espaços no meio-campo, como sempre faz. O Corinthians e
Tite não entenderam esse congestionamento todo. Os meias ficaram
perdidos, tentavam passes infrutíferos e quase sempre encontravam pés de
gremistas acabando com as jogadas. A única boa chance foi com Emerson,
em chute bem defendido por Dida.
Satisfeito, Renato tirou Barcos e lançou Saimon, retomando os três
zagueiros. Se o Corinthians já não criava, a situação só piorou. E
dá-lhe Rodriguinho, Ibson, Jocinei... Emerson ainda quase empatou, nos
acréscimos, exigindo milagre de Dida. O último lance, com o goleiro
Cássio na área adversária, diz tudo. O Timão já é uma equipe quase em
desespero. Enquanto isso, o Grêmio caminha tranquilo rumo à
Libertadores.
Fonte: Globoesporte.com