O que começa mal… termina bem. O Gre-Nal é capaz de até mesmo
transformar velhos axiomas. E o fez neste domingo, no estádio
Centenário, em Caxias do Sul, após discussões sobre número de ingressos
aos visitantes, de ônibus apedrejado e briga a socos e pontapés entre
torcedores antes de a bola rolar. Já dentro de campo, embora lances
ríspidos e discussões acaloradas, predominou o futebol. Venceu a bola -
mesmo que nenhuma das equipes tivesse saído com vantagem. O efervescente
clássico 398 terminou empatado num digno 2 a 2. O pontinho conquistado
por cada time, no entanto, soa insuficiente para premiar o movimentado
confronto assistido por 17 mil presentes. Com cara de Gre-Nal.
O Inter começou melhor, abriu o placar com Willians. Permitiu o empate
em lambança de Jackson. O gol da virada, no entanto, foi mérito total
dos tricolores. Em contragolpe envolvente, Vargas marcou. D’Alessandro,
de pênalti, empataria.
- O primeiro tempo era para irmos tranquilos ao intervalo... - lamentou D'Alessandro
- Eu mesmo errei dois gols que poderiam ter mudado o jogo - avaliou Souza, também em tom lamurioso.
A dupla dá um tempo no Brasileiro, no qual o time de Clemer está em
nono, com 42 pontos, e os comandados de Renato seguem na vice-liderança,
com 53. Na quarta, o Inter visita o Atlético-PR precisando da vitória
para passar à semifinal. Já o Grêmio recebe o Corinthians, também por um
1 a 0 simples para seguir. Caso passem, ambos se enfrentarão no estágio
seguinte da Copa do Brasil. O Nacional é só no próximo domingo: o
Colorado contra o São Paulo, e o Tricolor diante do Coritiba.
Confusão fora de campo. Dentro, gols
As confusões fora de campo começaram cedo. Ainda durante a semana. O Grêmio exigia cota de 1,8 mil ingressos, enquanto o Inter concedeu 500. Houve intervenção do STJD, e 1,3 mil gremistas conseguiram comparecer ao Centenário. Antes de a bola rolar, no entanto, mais incidentes. Dois ônibus com torcedores colorados foram apedrejados no caminho à serra gaúcha e um colorado foi detido em frente ao estádio após agredir um fã do rival. Sem contar um torcedor que caiu dentro do campo e fraturou a perna. Em campo, um abraço coletivo entre os jogadores da dupla, pelo movimento Bom Senso F.C., serviram também para mostrar que o futebol seria, enfim, o protagonista.
As confusões fora de campo começaram cedo. Ainda durante a semana. O Grêmio exigia cota de 1,8 mil ingressos, enquanto o Inter concedeu 500. Houve intervenção do STJD, e 1,3 mil gremistas conseguiram comparecer ao Centenário. Antes de a bola rolar, no entanto, mais incidentes. Dois ônibus com torcedores colorados foram apedrejados no caminho à serra gaúcha e um colorado foi detido em frente ao estádio após agredir um fã do rival. Sem contar um torcedor que caiu dentro do campo e fraturou a perna. Em campo, um abraço coletivo entre os jogadores da dupla, pelo movimento Bom Senso F.C., serviram também para mostrar que o futebol seria, enfim, o protagonista.
E a emoção que todos querem ver, a despeito de conflitos, farpas e
sangue, começou cedo. Aos cinco minutos, Otávio roubou a bola de Souza e
a entregou a Willians. O volante chutou cruzado e contou com salto
tardio de Dida para fazer o 1 a 0. Os minutos que se seguiram foram de
pleno deleite aos colorados. Maioria no Centenário, viam seus jogadores
trocarem passes com tranquilidade. Aos 23, Kleber cruzou para Damião,
que saltou entre dois zagueiros e só não marcou por centímetros que
separaram a bola de seu pé direito.
Um minuto depois, o Grêmio ensaiou o despertar com falta na meia-lua. E
com a primeira discussão mais forte. Entre os zagueiros Bressan e
Jackson. Bolo formado, e cartão para o lateral Kleber pela infração
sobre Vargas. A cobrança de Alex Telles, no entanto, foi ruim. O mesmo
Alex Telles, aos 27, protagonizou lance inusitado ao beber copo d’água
jogado por um torcedor colorado perto da bandeira de escanteio.
Por falar em inusitado, Jackson conseguiu superar. Antes, aos 34, havia
cortado cruzamento que iria na cabeça de Barcos. Mas, aos 41, ao tentar
novamente estragar a iniciativa do argentino, atirou sobre a bola e
aplicou um efeito que encobriu Muriel. Mãos à cabeça, lamentos
colorados, surpresa azul: o Grêmio achava o empate.
- Infelicidade. Fui tentar cortar a bola e foi para dentro do gol -
explicou Jackson, que repetiu o colorado Luiz Carlos Winck, o último gol
contra em Gre-Nais, em 12/03/1988.
- Dois gols em dois erros, vamos ver se a gente consegue fazer um
jogando com qualidade - admitiu um nada contente Kleber Gladiador.
Começam iguais... terminam iguais
Começam iguais... terminam iguais
O segundo tempo começou com uma novidade. Werley deixou o campo com
fisgada na coxa esquerda. Deu lugar a Saimon, de histórico curioso em
Gre-Nal - na despedida do Olímpico, em 2012, brigou com o então técnico
do Inter Osmar Loss e foi expulso. No seu primeiro lance, falhou e quase
permitiu o gol de D’Alessandro. Bressan salvou. A resposta surgiu quase
imediata. E fatal. Aos sete minutos, um contragolpe fulminante deu a
virada ao Tricolor. Kleber tabelou com Ramiro e lançou Vargas. O chileno
driblou Muriel e… 2 a 1 em Caxias. Aos 10, Souza cabeceou, e a bola
roçou o poste. No mesmo minuto, Barcos arriscou. O Grêmio virou e, pelo
jeito, queria mais, com seus três atacantes.
Mas o Inter tem D’Alessandro, que sabe como poucos jogar um Gre-Nal. O
argentino invadiu a área e foi derrubado por Bressan, aos 14 minutos.
Chance de ouro para o Colorado empatar e D’Ale voltar a marcar em
Gre-Nal - o último havia sido de pênalti, em dezembro de 2011. O jejum
foi rompido com uma finalização forte e rasteira, que ainda contou com
desvio no braço esquerdo de Dida. Na comemoração, resposta a Vargas, que
comemorara como um Saci. D'Ale, por sua vez, fez um binóculo com as
mãos.
Aos 32, D’Ale tinha o gol vazio, só não marcou por providência de
Riveros. O Grêmio, novamente, retrucou. Para ficar tudo igual, além do
placar, Souza perdeu gol feito, sobre a linha, ao cabecear na rede por
fora. No fim, um justo, quente e clássico 2 a 2.
Por
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