Quis o destino que o Náutico, na iminência de ser rebaixado, enfrentasse
o Atlético-MG, atual campeão da Taça Libertadores, no Independência. O
esperado aconteceu. Vitória atleticana e queda pernambucana confirmada.
De quebra, o Independência viu o fim do jejum de gols de Diego Tardelli,
que não marcava havia 15 jogos. O placar do triunfo alvinegro, 5 a 0,
refletiu o abismo que separa os dois times na temporada e igualou a
maior goleada do Brasileiro, que pertencia ao Cruzeiro, no jogo contra o
Goiás, na primeira rodada.
Com atuação envolvente e velocidade no toque de bola na preparação para
o Mundial de Clubes, em dezembro, no Marrocos, o Atlético não encontrou
dificuldades para chegar à vitória, com gols de Fernandinho, Jô,
Guilherme, Diego Tardelli e Alecsandro. Pela frente, a equipe encontrou
um adversário já conformado com o rebaixamento, que chegou à sétima
derrota consecutiva no Brasileirão.
No próximo fim de semana, o Galo vai a Salvador, onde encara o Bahia,
na Arena Fonte Nova, sábado, às 19h30 (de Brasília). Já o Timbu recebe o
Cricúma, no mesmo horário, porém, no domingo, na Arena Pernambuco.
Jogo de um time só
A diferença técnica entre as equipes era grande. Os primeiros minutos
já deixaram claro que o atual campeão da Libertadores joga no momento um
futebol bastante superior ao do lanterna do Brasileirão. A história da
confirmação matemática do rebaixamento pernambucano começou a ser
escrita com três letras, ou melhor, três toques. Victor lançou Diego
Tardelli, que com um passe abriu a defesa do Náutico e deixou
Fernandinho sozinho para, com categoria, definir com um leve toque por
baixo da bola.
Já entregue, o Náutico parecia torcer para o jogo passar depressa. E
não demorou a sair o segundo gol atleticano, com Jô, que completou boa
jogada de Fernandinho. Nos últimos minutos da primeira etapa, o Galo
chegou a tirar o pé do acelerador e tocar mais a bola, enquanto os
pernambucanos apenas se defendiam.
Alegria de Tardelli
Com Helder no lugar de Olivera na volta do intervalo, o técnico Marcelo
Martelotte quis dar movimentação ao ataque pernambucano. Mas o jogo não
mudou. No segundo tempo, o Galo manteve o domínio e Guilherme fez o
terceiro gol, após Jô desviar de cabeça escanteio batido por Tardelli.
Ao contrário da primeira etapa, o Galo se recusou a tirar o pé do
acelerador e continuou pressionando o Timbu, com muita movimentação de
Guilherme, Diego Tardelli, Jô e Fernandinho. Quando o time teve falta
perigosa a seu favor, a torcida gritou o nome de Tardelli, que não
balançava a rede desde o dia 25 de agosto. Depois de 15 jogos de jejum, o
atacante cobrou a falta com perfeição e correu para o abraço.
O último gol veio em grande estilo, com dois jogadores que haviam
acabado de entrar no jogo. Em jogada pela direita, Luan deu de chaleira
por ciam do defensor e cruzou rasteiro para Alecsandro colocar na rede,
para festa dos atleticanos, que passaram os últimos minutos cantando
música com referência ao Mundial e provocação aos cruzeirenses.
Por
Fernando Martins Y Miguel