BLOG DO BETO

domingo, 3 de novembro de 2013

Real sofre contra 'primo pobre', mas vence com dois gols do artilheiro CR7.

O Rayo Vallecano tem um orçamento de € 7 milhões na atual temporada. O Real Madrid gasta € 520 milhões. Neste sábado, porém, a modesta equipe do bairro de Vallecas, na capital espanhola, parecia o time grande do confronto, ao dominar o duelo contra os merengues e atacar durante os 90 minutos. Mas o futebol nem sempre é justo. E os vários milhões de euros a mais gastos pelo Real fizeram a diferença. Afinal, é preciso dinheiro para ter mais qualidade técnica. Para contar com Cristiano Ronaldo, que balançou as redes duas vezes no triunfo por 3 a 2 e virou o novo artilheiro do Campeonato Espanhol - são 13 gols, contra 12 de Diego Costa, que joga no domingo.
O triunfo deixa o Real Madrid com 28 pontos, firme na terceira posição, contra 34 do Barcelona, que derrotou o Espanyol na sexta-feira. O Rayo, que já havia surpreendido ao ter mais posse de bola do que o Barcelona no duelo com os catalães em setembro, quebrando uma sequência histórica do time blaugrana no quesito, segue sem conseguir transformar as boas atuações em vitórias. O time de Vallecas é o 18º colocado da liga espanhola, com nove pontos. 

NO CONTRA-ATAQUE, REAL ABRE VANTAGEM

Mesmo com toda a diferença técnica e econômica, o Rayo Vallecano foi valente. E atacou desde o início. Entretanto, pagou o preço por esta postura. Logo aos três minutos, Cristiano Ronaldo puxou contra-ataque, foi lançado por Modric na esquerda e, com muito espaço do que costuma desfrutar em outros jogos, fez um golaço: bola entre as pernas de Gálvez e chute na saída de Rubén. Real Madrid 1 a 0. 

Em desvantagem, o Rayo não parou de atacar. E o Real, o time grande do duelo, se recolheu, satisfeito em apostar nos contragolpes. Aos 28 minutos, os donos da casa chegaram a empatar com Falqué, mas o auxiliar assinalou corretamente o impedimento de Viera. 
Pouco depois, o Real encaixou mais um contragolpe. Xabi Alonso roubou a bola no meio e lançou Bale na direita. O galês, em notável evolução nas últimas partidas, passou fácil por Nacho e cruzou na medida para Benzema, que cabeceou para o gol, ampliando o placar. 

RAYO ESBOÇA REAÇÃO

O Rayo tinha duas opções para o segundo tempo: se recolher para evitar uma goleada ou seguir atacando, sem medo das consequências. A opção do técnico Paco Jémez foi a segunda, e parecia que a alternativa havia sido a equivocada. Logo aos três minutos, Bale fez linda jogada pela direita, deu um chapéu em Arbillla -  que após o lance foi substituído e não segurou as lágrimas no banco de reservas - e rolou para Cristiano Ronaldo completar para o gol, chegar ao seu 13º no Campeonato Espanhol e assumir a artilharia da competição. 
Mas a insistência dos donos da casa foi parcialmente recompensada. A reação começou aos oito minutos, quando Jonathan Viera deu um lindo chapéu em Pepe dentro da área e foi derrubado pelo zagueiro. Na cobrança do pênalti, o atacante bateu no meio do gol e diminuiu. 
Dois minutos depois, o Rayo encostou de vez no duelo. Após cruzamento da direita de Lass, Larrivey cabeceou no travessão. No rebote, Marcelo derrubou Viera. Novo pênalti assinalado, e Viera tornou a converter, para delírio da torcida local.

RAYO PRESSIONA, MAS CANSA

A partir daí, o que se viu foi algo inimaginável antes de a bola rolar. Pressão total do Rayo Vallecano, que chegou a obrigar Cristiano Ronaldo a se transformar em assistente de lateral, auxiliando Marcelo na marcação a Lass. O Real mal passava do meio de campo e se segurava na defesa. E os donos da casa colecionavam chances desperdiçadas.
Aos 19 minutos, Bueno recebeu dentro da área e soltou a bomba. Diego López conseguiu espalmar, e a bola ainda bateu na trave. Aos 23, o atacante do Rayo tentou de novo em chute de longe, que foi para fora. Aos 28, foi a vez de Embarba arriscar de fora da área, para outra defesa do goleiro merengue.
Faltou qualidade técnica ao Rayo Vallecano. E fôlego. Nos últimos minutos, a equipe anfitriã cansou e diminuiu a pressão. O Real passou a puxar alguns contra-ataques, mas se contentou em segurar a vitória. 

Por - Madri, Espanha