Não era o que o torcedor do Cruzeiro esperava, já que era dia de festa
dentro do Mineirão, com a entrega da taça, e também fora, com direito a
trio elétrico e muita cerveja. Sem a mesma vontade que o fez campeão com
quatro rodadas de antecedência, o time foi batido dentro de casa pelo
Bahia, por 2 a 1, gols de Marquinhos e Anderson Talisca, já nos
acréscimos, contra um de Vinícius Araújo para os donos da casa.
Penetra e precisando desesperadamente da vitória para escapar do
rebaixamento, o time baiano nem precisou ser brilhante para cumprir a
missão e se garantir na elite do futebol brasileiro por mais uma
temporada. Mas justiça deve ser feita, já que Marcelo Lomba fez várias
defesas importantes, repetindo o que já havia feito nas últimas
temporadas no Brasileirão, se tornando peça preponderante para evitar a
queda do time da boa terra.
Para encerrar o Brasileirão, o Cruzeiro terá o jogo de troca de faixas,
já que enfrenta o Flamengo, campeão da Copa do Brasil, no Maracanã, no
próximo sábado. A CBF ainda não confirmou o horário da partida. Já o
Bahia cumpre tabela, em casa, contra o desesperado Fluminense, que vai
precisar vencer para evitar o descenso. A partida sera às 17h (de
Brasília), na Fonte Nova.
Festa do Cruzeiro, só fora de campo
O clima de festa nas arquibancadas e nos arredores do Mineirão parece
ter contagiado os jogadores do Cruzeiro, que demonstravam pouco
interesse na partida, ao contrário do Bahia, que fazia mais uma “final
de Copa do Mundo” na luta contra o rebaixamento. Para piorar, logo no
início, Ricardo Goulart se chocou contra Marcelo Lomba e teve que ser
substituído por Willian.
Com o Bahia melhor e mais interessado em campo, não demorou para o gol
sair. Aos 14 minutos, William Barbio recebeu na entrada da área e deu
lindo passe para Marquinhos. O camisa 10 ganhou no corpo de Ceará e, com
um toque de muita categoria, tirou de Fábio. A bola entrou mansamente
para delírio dos poucos torcedores tricolores presentes num Mineirão
praticamente todo azul.
Atrás no placar, o Cruzeiro passou a reter mais a bola, mas só ameaçava
Lomba em chutes de fora da área, principalmente com Éverton Ribeiro.
Mas o Bahia assustava mais e, justamente em um chute de longe, Talisca
obrigou Fábio a fazer grande defesa.
No lance em que poderia criar a jogada de maior perigo, Dagoberto
preferiu se jogar na área ao invés de tentar uma conclusão. Na jogada, o
zagueiro Titi escorregou na frente do atacante, que já havia dado um
tapa em direção à linha de fundo. Com chance de cruzar ou bater em gol, o
camisa 11 optou pela simulação em lance que a arbitragem acertou em não
marcar.
Se o Cruzeiro já não criava, ainda perdeu mais um jogador por lesão no
primeiro tempo. Éverton Ribeiro também teve que sair e deu lugar a Júlio
Baptista. No fim, o Cruzeiro ainda teve duas chances, ambas com Souza.
Na primeira, ele cabeceou para fora e na segunda, já nos acréscimos,
exigiu boa defesa de Marcelo Lomba em cobrança de pênalti.
Gol e festa
Atrás no placar e com o intuito de dar uma satisfação ao torcedor que
fazia grande festa no Mineirão, o Cruzeiro voltou com mais atitude e
interessado. Logo aos 2 minutos, linda triangulação entre Willian,
Borges e Júlio Baptista acabou com finalização perigosa do camisa 10.
Logo depois, aos 8, mais uma vez o árbitro André Luiz de Freitas Castro
foi muito cobrado pelos cruzeirenses. Dagoberto tentou cruzamento da
esquerda, mas a bola foi interceptada por um toque involuntário no braço
do zagueiro Demerson. As reclamações não surtiram efeito, e o jogo
seguiu.
A pressão do campeão brasileiro continuou. Se antes as melhores chances
vinham em chutes de fora da área, na etapa final o leque foi ampliado
com toques rápidos e bolas pelo alto. Em duas delas, quase seguidas,
Marcelo Lomba salvou. Na segunda, após cobrança de escanteio, o goleiro
fez linda defesa em cabeçada de Júlio Baptista.
A tarde realmente era complicada para a arbitragem. Aos 25, a auxiliar
Márcia Bezerra Lopes teve a dura missão de anular corretamente gol de
Souza. Depois de cruzamento de Egídio, a bola desviou em Vinícius
Araújo, que havia entrado na vaga de Borges. Mesmo com o atacante
impedido, Lomba fez grande defesa parcial e, na sobra, o volante ruivo
mandou para dentro, mas o lance já estava impugnado de maneira correta.
De tanto pressionar, o gol do Cruzeiro saiu. Após cobrança de
escanteio, Bruno Rodrigo cabeceou na segunda trave. Quase sobre a linha,
Lomba defendeu, mas oportunista, Vinícius Araújo colocou para dentro.
Delírio nas arquibancadas e gritos de tricampeão ecoaram no Gigante da
Pampulha.
Mas o jogo ainda não havia acabado. Aos 43, Fábio fez grande defesa em
chute de Diones. Porém, aos 45 minutos, em um rápido contra-ataque,
Souza cruzou da direita para Anderson Talisca completar para as redes,
no contrapé do goleiro Fábio. Gol que colocou números finais no placar
da partida e confirmou a permanência do Bahia na Série A.
por
GLOBOESPORTE.COM