Luiz Felipe
Scolari deve estar se divertindo até agora com a forma como deixou os
jornalistas intrigados após a convocação de 16 jogadores que atuam fora do país
para o amistoso da seleção brasileira contra a África do Sul, no dia 5 de
março. O técnico, em nenhum momento, fechou a lista para a Copa do Mundo. Pelo
contrário. Na última relação antes da que será divulgada no dia 7 de maio, já com
os 23 escolhidos, abriu mais portas. A grande novidade deverá vir do Brasil e
jogar no ataque.
Felipão não
perdeu oportunidades de brincar com a imprensa. Entre as várias dicas
distribuídas, ele fez uma confirmação: pretende levar dois centroavantes para o
Mundial. Mas deu a entender que, nesse próximo amistoso, vai escolher apenas um
entre Fred e Jô, que foram à Copa das Confederações e têm sido os mais
solicitados para a posição.
- Tenho a
ideia forte de testar outra opção - disse ao explicar os motivos de ter adiado
a convocação dos atletas que jogam no Brasil. A lesão na coxa direita de Fred é
um deles.
Pouco
depois, Scolari disse que pretende levar um jogador de cada equipe nacional. No
total serão três convocados. Se forem dois do mesmo time, ele pedirá liberação diretamente
ao treinador. O próprio Felipão anunciou que isso era mais uma dica. Ou seja,
se Fred estiver liberado, Victor, do Atlético-MG, deverá ser convocado. Se o
camisa 9 não tiver condições de viajar com a Seleção, Jô deve ser chamado e o
goleiro seria Diego Cavalieri, parceiro de Fred no Fluminense.
- Estou
vendo que vocês estão pesquisando nomes. Vão buscando alternativas, uma hora
fecha com a minha. Posso garantir que estão errando bastante, viu. Está longe,
longe, vixe...
A frase foi
dita com aquele conhecido festival de caretas sarcásticas do treinador, que esbanjou
simpatia e arrancou risadas. Ele só se recusou a responder sobre jogadores que
não faziam parte da lista. E só precisou fazer isso uma vez, questionado sobre
Lucas, do PSG. Até nesse momento, manteve o bom humor e fez seu auxiliar
Murtosa, que ficou num cantinho do palco, gargalhar.
Quem
esperava uma definição, ou algo muito perto disso, sobre a relação da Copa do
Mundo, se frustrou. A decisão de levar apenas 19 jogadores para a África do
Sul, em razão do calendário apertado do amistoso, deixou quatro vagas abertas.
Felipão não descartou, por exemplo, convocar em maio um atleta que jamais tenha
servido à Seleção sob seu comando.
Questionado sobre
a possibilidade de isso acontecer, numa escala de um a dez, ele voltou a apelar
para o suspense.
- Dez! Mas
não sei se vou chamar ou não. É dez pra lá, dez pra cá (risos).
No momento
em que o treinador mais se explicava sobre a lista, surgiu a pergunta da
jornalista Kiyomi Nakamura, famosa nas coletivas da Seleção pelo português
falado com sotaque oriental e voz finíssima. Bastou que ela dissesse “Felipão”,
para ele deitar e rolar.
- Kiyomi! Falei
um monte de ti ontem à noite. Falei que quando está uma confusão generalizada,
você vem me salvar. Você é meu anjo salvador.
O
coordenador técnico Carlos Alberto Parreira, que chegou com chamativos óculos
de sol, só se manifestou para falar sobre a competitividade da Major League
Soccer, onde vai jogar o goleiro Julio César, a pedido de Felipão, e sobre a
importância de se esperar um jogador de confiança do técnico, usando o
lateral-esquerdo Branco em 1994 como exemplo.
Por fim,
Felipão também não descartou as voltas de atletas que vinham sendo convocados
com frequência, mas foram excluídos na primeira lista de 2014, casos de Maicon,
Lucas Leiva (machucado) e, principalmente, Hernanes.
- Tenho quatro vagas, que podem vir do Brasil,
de fora. Já conheço esses jogadores e posso voltar a chamá-los num momento
final.