BLOG DO BETO

domingo, 24 de novembro de 2013

Veto em pênaltis e muitas pancadas: Neymar sofre, dá gol e ganha carinho.

Dois "nãos" de Fàbregas, muitas pancadas fora dos olhares da arbitragem e a idolatria do torcedor. Essas foram as principais situações vividas por Neymar na tarde do último sábado, na vitória do Barcelona por 4 a 0 sobre o Granada, no Camp Nou. Com atuação apenas regular, o brasileiro, que deu assistência para Alexis Sánchez fazer o terceiro gol, chegou a sua 24ª vitória consecutiva, contando partidas da seleção brasileira e do próprio time catalão.
O primeiro "não" foi aos 18 minutos. Fábregas foi derrubado por Diakhaté dentro da área, e o árbitro marcou pênalti. Neymar chegou a se posicionar próximo à marca da cal, mas viu o espanhol lhe tomar a bola e passar a Iniesta. O camisa 8 fez a cobrança e abriu o placar. O curioso é que, enquanto o companheiro corria para executar a jogada, o brasileiro provocava o zagueiro Fouquier fazendo "carinho" em sua cabeça.
O outro "não" aconteceu aos 40, quando Iniesta foi derrubado, e o árbitro marcou outro pênalti. Dessa vez, Neymar foi mais incisivo no pedido. Mas, com a bola na mão, Fàbregas nem ligou para o brasileiro. O espanhol cobrou e fez o segundo do Barcelona. Mesmo com a segunda negativa, o camisa 11 do Barça partiu para o abraço com os companheiros e vibrou com a vantagem no placar.

E entre as penalidades, Neymar sofreu. E como. Levou um pisão de Recio e sentiu dores. Tudo longe dos holofotes. Alguns minutos depois, fugiu de uma tentativa de cotovelada. Porém, nas pancadas que levou diante do árbitro, o cartão amarelo foi exibido. Todos em lances em sequência. O primeiro, aos 23, após belo drible de calcanhar. O outro, aos 25, quando arrancava em direção ao gol. Os rivais não pensaram duas vezes ao dar o pontapé.

Mas o panorama do jogo mudou para o brasileiro a partir dos 27. Levou um cartão amarelo por falta perto da área do Barcelona e pareceu ter diminuído o ritmo. Sumiu em alguns momentos. Buscou o jogo em outros, mas não estava inspirado como nas últimas rodadas do Campeonato Espanhol, da Liga dos Campeões ou como se estivesse num amistoso ou jogo oficial da seleção brasileira. Pouco produziu.
Foi aparecer bem mesmo no segundo tempo, com um belo passe para Alexis Sánchez marcar o terceiro do Barcelona. A assistência foi a décima em 22 jogos com a camisa do Barcelona. Na Liga Espanhola, é o líder na estatística, com oito. E parou por aí.

Outra situação que chamou atenção durante os minutos em que o brasileiro esteve em campo foi como o torcedor do Barcelona o acolheu. Neymar virou o xodó dos culés. Um drible de efeito, um passe diferente ou um chute a gol se transformam rapidamente em um sonoro grito de "Uhhhh!". Sem falar nos aplausos.
- Sem Messi, Neymar é o melhor do time, sem dúvida – dizia um torcedor horas antes do início da partida na porta do Camp Nou.
Mas o apoio não acontece apenas nos lances bons. Quando apanha, leva um cartão ou é advertido pela arbitragem, os gritos a seu favor também ecoam no Camp Nou. Bastava algo acontecer com o craque brasileiro para o torcedor interagir na arquibancada e mostrar felicidade ou  descontentamento (com o rival).

E foi justamente tal carinho que se viu quando o jogador foi substituído aos 39 minutos do segundo tempo. Foi aplaudido de pé por grande parte dos torcedores presentes no Camp Nou ao deixar o gramado para a entrada do espanhol de origem malinesa Adama Traore. No banco de reservas, ainda viu Pedro marcar o quarto do Barça, aos 44, e finalizar a goleada. Certo mesmo é que, se Messi é o dono do time, Neymar tem lugar privilegiado na preferência dos catalães.

Por Barcelona, Espanha.